Por Dr. Guilherme Guerra
Desde 2007, é proibido vender, importar, e mesmo fazer propaganda de andador para bebês no Canadá. Apesar de ainda muito popular no Brasil, para bebês de 6 a 15 meses, o andador não é recomendado pelos pediatras.
A literatura científica tem colocado por terra todas estas teses. A idéia de que o andador é seguro é a mais errada delas. A pesquisadora sueca, Ingrid Emanuelson publicou uma análise dos casos de traumatismo craniano moderado em crianças menores de quatro anos, que considerou o andador o produto infantil mais perigoso, seguido por equipamentos de playground. A cada ano são realizados cerca de dez atendimentos nos serviços de emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por acidentes com o andador. Isto corresponde a pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que o utilizam. Em um terço dos casos, as lesões são graves, geralmente fraturas ou traumas cranianos, necessitando hospitalização. Algumas crianças sofrem queimaduras, intoxicações e afogamentos relacionados diretamente com o uso do andador, mas a grande maioria sofre quedas; dos casos mais graves, cerca de 80% são de quedas de escadas.
É verdade que o andador confere independência à criança. Contudo, um dos maiores fatores de risco para traumas em crianças é dar independência demais numa fase em que ela ainda não tem a mínima noção de perigo. Colocar um bebê de menos de um ano num verdadeiro veículo que pode atingir a velocidade de até 1 m/s equivale a entregar a chave do carro a um menino de dez anos. Crianças até a idade escolar exigem total proteção.
O andador atrasa o desenvolvimento psicomotor da criança. Bebês que utilizam andadores levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e têm escores inferiores nos testes de desenvolvimento.
O exercício físico é muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira mais mobilidade e velocidade, a criança precisa despender menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas.
Por fim, trata-se de uma grande falácia dizer que a satisfação e o sorriso de um bebê valem qualquer risco. Um bebê de um ano fica radiante com muito menos do que isso: basta sentar na sua frente, fazer caretas para ele e lhe contar histórias ou jogar uma bola.
Dizer que o andador torna a criança mais fácil de cuidar revela preguiça, desinteresse ou falta de disponibilidade do cuidador. Caso o adulto realmente não tenha condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, é mais seguro colocá-lo num cercado com brinquedos. Cercá-lo de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas; estas são medidas de proteção passiva, muito mais efetiva.
Existe um movimento muito intenso na Europa e nos Estados Unidos visando a implantar uma lei semelhante à canadense, uma vez que todas as estratégias educativas têm falhado na prevenção dos traumatismos por andadores.
Enquanto este progresso não chega ao Brasil, continuamos contando com o bom senso dos pais, no sentido de não expor os bebês a um produto perigoso e absolutamente desnecessário.
Dr. Guilherme Soares Guerra
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Hà alguns anos eu tive uma experiência nada agradavél com um andador, meu filho tinha apenas seis meses e caiu com andador e tudo,, aff, pensa no susto, o rostinho dele ficou deformado por conta do tombo, quando o vi naquela situação quase tive um negócio,eu estava no trabalho e ele com a babá,mais graças a Deus não foi nada sério, ele ficou bem...
ResponderExcluirObrigado por compartilhar essa experiência com a gente! Estas informações devem ser compartilhadas mesmo, porque aqui no Brasil poucos sabem do perigo que o andador oferece para o bebê e muitas mãe continuam a usá-lo.
ExcluirAinda bem que com o seu filho não aconteceu nada de grave.
Abraço!
Sem supervisão qualquer brinquedo pode causar acidentes e danos. Tem crianças de 3 e 4 anos com tablets e celulares. E os riscos à saúde dessas crianças? Vão proibir celulares e tablets pq os pais não querem ter trabalho de estar junto com a criança? Andador sem supervisão é acidente na certa assim como bicicleta, triciclo, moto elétrica e por aí vai. Quais os danos à vivência social de uma criança que fica jogando no celular? O vilão não é o andador e sim o uso dele.
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